terça-feira, 21 de outubro de 2008

AS MULHERES E O MERCADO DE TRABALHO

"Nada torna um príncipe tão estimado como a realização de grandes empresas e a instituição de um nobre exemplo na sua pessoa", Nicolau Maquiavel.


A importância das mulheres no mercado de trabalho continua a crescer. Contudo, apesar das lutas pela igualdade dos últimos 30 anos, a maioria continua a ser a principal responsável pelos cuidados com o lar e as crianças, o que se traduz numa exigência tremenda sobre a sua utilização do tempo.
Já lá vai o tempo em que as mulheres estavam destinadas a trabalhos como recepcionistas, enfermeiras e secretárias, antes de se afastarem definitivamente devido ao casamento. Os dados do INE relativos a 2003 indicavam que 46,2% da população feminina portuguesa com mais de 15 anos estava empregada. Quase 30% dos gestores e administradores eram mulheres e ocupavam 19,1% dos cargos políticos. No entanto, apesar da sua importância crescente no mercado de trabalho, mantém-se a crença social de que as obrigações familiares devem caber apenas às mulheres. Como resultado, o padrão tradicional de trabalho – formação, carreira a tempo inteiro e reforma continua a ser fundamentalmente aplicável aos homens.
Tradicionalmente, à medida que se progride na carreira, ganha-se maior responsabilidade. Contudo, este padrão raramente é aplicado às mulheres. Muitas ainda deixam de trabalhar para poderem dedicar-se às responsabilidades familiares. Os departamentos de Recursos Humanos de muitas empresas continuam a encarar o trabalho das mulheres como ocasional e a presumir que ficarão apenas até casarem e terem filhos. Esta é uma atitude antiquada que dificulta os projectos de carreira de muitas mulheres.
Como se isso não bastasse, ainda se verifica a tendência de as mulheres ganharem menos do que os homens, serem promovidas com menos frequência e desempenharem apenas funções de apoio especializadas, os departamentos de Relações Públicas são um caso típico, em vez de exercerem cargos de administração geral. Dados publicados pelo International Labour Office em 2002 revelam que, na União Europeia, o salário das mulheres era cerca de 15% mais baixo do que os homens com as mesmas habilitações. Mesmo nos Estados Unidos, o berço do movimento para a igualdade de direitos entre sexos, as gestoras com habilitações superiores continuam a ganhar, em média, menos do que os homens.
As mulheres, mais do que os homens, encaram a carreira profissional como uma forma de acelerar o seu desenvolvimento pessoal e não de adquirir os símbolos convencionais de posição social.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bem este assunto é um pouco complicado". Todos sabemos as batalhos e lutas levadas a cabo pelas mulheres nos ultimos anos para terem igual acesso ao dos homens a nível de carreiras profissionais, isso é um facto.
O problema é que num casal alguem terá sempre de se sacrificar para dar mais atenção a vida familiar, coisa que hoje em dia não é nada fácil.
Existe um estereótipo que um homem não pode ficar em casa a tomar conta dessa mesma vida familiar e a mulher trabalhar e ser o motor da família. Esse ponto de vista deverá continuar por mais alguns ano.
Não queria ser visto como uma pessoa antiquada e machista, mas não posso descordar. Mas se o casal conseguir organizar a sua vida, tanto o homem como a mulher podem levar a sua carreira a bom porto, isto porque á sempre tempo para tudo,
as vezes podemos pensar que não temos tempo e deixamos essas tarefas para as mulheres no entanto quando uma pessoa quer arranja sempre tempo. A uns tempos atrás nos meus anos de faculdade fui a uma conferencia sobre recursos humanos e a gestão do tempo.
E apreendi uma lição importante. Um conferencista pegou num frasco vazio e encheu-o de pedras, perguntou-nos se estava cheio, todos responderam que sim. Ele disse " estão enganados" de seguida pegou em pedras mais pequenas e colocou no frasco e perguntou novamente "estará o frasco cheio?", de novo respondemos que sim, e mais uma vez não concordou. Pegou então num copo cheio de areia e despejou dentro do frasco e disse " agora sim esta cheio. Ao seja por muito que a nossa vida seja repleta de actividades podemos sempre encontrar tempo para fazer mais alguma coisa.
Eu apreendi que nesses buracos vagos, um dia casando, poderia usar esse tempo para ajudar a minha futura esposa e tentar assim dar equilíbrio ao nosso casal. Desse modo nem ela nem eu estariamos a sacrificar as nossas respectivas carreiras por causa do outro.
Pensem bem nisso, pensem que o frasco por muito que pareça cheio nunca o estará até que nós queiramos mesmo.