quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

GERIR A ÉTICA EMPRESARIAL

“A consciência é o melhor livro de moral e o que menos se consulta”,
Blaise Pascal




Os gestores são pessoas, com sistemas de valores, moral e integridade próprios. A forma como gerem os conflitos éticos, o nível de desenvolvimento moral em que se encontram, os preconceitos de que sofrem, são idênticos aos de qualquer outro indivíduo.
Ter valores individuais conflituantes com os valores da empresa é uma forte razão para o gestor não assumir a responsabilidade pela gestão da cultura empresarial. Ou porque não pode, ou porque não quer, a tarefa parece-lhe impossível.
Muitas vezes este problema é agravado pela falta de credibilidade do gestor perante a sua equipa. A existência de acontecimentos, decisões e acções, no seu passado, incompatíveis com a cultura desejada, com os valores e a ética anunciados, cria expectativas de comportamento tão fortes que dificultam qualquer comportamento divergente com o curso de acção antigo.
Embora possa ter mudado a sua maneira de pensar, e entenda a necessidade de alterar o comportamento, o gestor está socialmente preso a uma imagem de enorme contradição com valores actuais.
Se os colaboradores não acreditam na sua nova ética, comportar-se-ão de modo a que lhe seja mais difícil mantê-la. Quer testando a sua resolução com acções desafiadoras, quer apontando as suas acções incoerentes no passado, quer descredibilizando-o em conversas de bastidores, um conjunto de manobras está ao dispor deles para fazer com que o gestor rapidamente volte a ser o que todos esperam dele. Um gestor que, nessa situação, se permita manter comportamento não ético assassina qualquer projecto de ética empresarial na sua equipa.
A responsabilidade de um gestor pertence ao domínio da Lei, a de um líder pertence ao domínio da ética. É a integridade e o comprometimento com uma Visão para o futuro comum, que o levam a considerar cada erro cometido na equipa como um erro pessoal, e cada sucesso como uma fonte comum de regozijo.

VARGAS Ricardo,” Os Meios Justificam os Fins”.

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